Tomé
Técnica: Dramatização – deverá haver no altar uma cruz com um pano solto dando a ideia de que Jesus ressuscitou.
Personagens: Zé – Madame – Rico – Mãe e filho – 2 jovens – Pessoas do meio do povo que gritam que acreditam.
Zé: (Entra com alegria) – Vocês viram só? A cruz vazia? É, Cristo ressuscitou. Hoje é o dia de festa. Jesus reina e vive entre nós... Sua cruz de morte se transformou em vida. Já não existe mais Jesus aqui.
(Cruz com pano). Ele está aí, aqui... Em todo lugar... Ele vive novamente... Mas, será que todas as pessoas acreditam que Jesus vive de novo? Ressuscitou?
Já sei, vou ficar aqui no pé da cruz e esperar pelas pessoas que por aqui passarão e falarei a todos sobre Jesus ressuscitado (limpa a cruz e canta aleluia).
(Vem a madame. Muitos embrulhos, atarefada).
Zé: - Ei, madame, tá bonita, vai a algum desfile de carnaval?
Madame: - Pobre não tem senso de humor, né? Vê se “se” enxerga mulambo da favela! Gente como eu se veste assim, meu bem, pra fazer umas comprinhas, buscar as crianças no colégio, tomar chá com as amigas, digo “five tea”.
Zé: - Fafi, o quê?
Madame: - Five tea! Pobre é assim mesmo. Ô gente analfabeta, só entende de “carcanhar rachado, dor nas cadeira, pedra na visícula, furúnculo”, esse tipo de coisa, o que é importante pra vida eles não sabem de nada!
Zé: - Ah, então quer dizer que a senhora sabe? Oba, pelo menos isso!
Madame: - Sabe o quê?
Zé: - Daqui ó, da ressurrei...
Madame: - (Fica horrorizada, vê a cruz e a confunde com uma árvore torta) – Ó! Que horror! Pobre árvore, nasceu assim, coitadinha, torta e ainda por cima só tampou as partes do alto. Quem fez isso com a coitadinha da árvore? Que prejuízo pra natureza, num passa sem ser você, seu vermezinho... Vou-me embora, antes que resolva me transformar sabe-se lá no que. (sai rápido e xingando).
Zé: - Gente, vocês viram? Não me deixou nem falar! Ainda achou que a cruz fosse uma árvore torta? Nem percebeu que era a cruz de Jesus? Será que ela não conhece Jesus? Ou será que viu... conhece... Mas fingiu por ter ficado envergonhada de saber que Ele morreu por nós... Por ela?
Epa, lá vem um bacana! Esse povo estudado deve saber que Jesus ressuscitou e passou a morar aqui, ó, no coração.
Zé: - Ei, “ocê, aí”!
Bacana: - É comigo, ou com meu cachorro?
Zé: - Não, senhor, é com o doutor!
Bacana: - Ih! Já sei! Ó meu filho, você passa outra hora que agora eu estou sem nenhum!
Zé: - Não doutor! Eu sou pobre, mas sou trabalhador e prefiro pensar que o senhor repartirá o seu com alguém que ganha menos que eu!
Sabe o que é doutor, eu tô aqui que não me aguento de alegria.
Bacana: - Uai e desde quando pobre é feliz, pobre só é feliz quando descobre que o funeral é grátis.
Zé: - Não senhor. Pobre e qualquer um é feliz quando descobre Jesus na sua vida. E por falar em Jesus, dê só uma olhada pra cruz!
Bacana: - Oh, oh, oh!!!
Zé: Viu só! É Ele res...
Bacana: - Uma peça rara de museu? Deve valer uma nota! Essa peça é um monumento histórico, deve ter mais ou menos... Mais ou menos...
Zé: - Tem 1999 anos!
Bacana: - Isso, exato, como eu havia imaginado. É uma relíquia. Já sei quanto é que queres pela peça, vê se não explora que com esse negócio de bolsa subir e bolsa cair eu tô na pior! Vai falando que eu faço um cheque e mando um guincho.
Zé: - O senhor está querendo comprar a cruz? Nem ao menos quer saber de onde veio, porque está vazia e quem ressuscitou dela?
Bacana: - Mas isso são detalhes, meu filho. No mundo de hoje não há mais tempo para nos preocuparmos com isso. O dinheiro, o poder, a cobiça, nos fazem perder a memória. E aí, vai vender ou não? Anda que eu tô com pressa.
Zé: - Pois eu, doutor, não estou! Tenho todo o tempo do mundo para mostrar a todos o verdadeiro sentido dessa “relíquia”.
Bacana: - Ah, meu filho, então você fica com a sua relíquia, pois tenho muito o que fazer e logo, logo... acharei outra relíquia, mais bela e mais barata.
Zé: - Que decepção! O poder lhe comeu os olhos, e ele só não os vende porque precisa deles pra roubar! Se deixou levar pelo mundo e o mundo não o deixou ver Jesus crucificado e ressuscitado.
(Pessoas passam apressadas e não ligam – perguntam as horas – parece que vai chover)
As pessoas não tem tempo para ver que Jesus ressuscitou. Estão ocupadas demais com suas vidas, esquecem que Deus é vida. (Entra mãe pobre e seu filho. O Zé fica olhando)
Mãe: - Ô minino, anda depressa! Vê se não esqueceu nada pra trás...
Mãe: - Carlinho do céu, vem cá pro cê vê, que beleza, benza a Deus.
Zé: - Oba, ela também reconheceu o Cristo ressuscitado! Aleluia!
Mãe: Vem Carlinho! Que beleza!
Filho: - Qui é mãe? Tá vendo o quê uai?
Mãe: Olha só que beleza dessa madeira, vai dar para acender um fogaréu por dois meses. Vamos lá, Carlinho, ajuda! Vamos levar para casa.
Zé: - Parem!
Mãe: - Corre Carlinho! Corre que a lenha já tem dono e ele tá bravo. (Saem correndo)
Zé: - Volta aqui, gente! Vem ver, isso não é lenha... É a cruz de Jesus. Ele... Ele... (Senta perto da cruz)
Zé: - Ei, mas vejam, são jovens? Eles hão de crer no Cristo, hão de ver que Jesus ressuscitou, reconhecerão a cruz. Ei, amigos! Venham aqui!
1- E aí amizade? Tudo em cima?
2- Beleza né!
Zé: - Pessoal vejam só a cruz de Jesus. Ele...
1- Pô, cara, tremenda barbada! Gostei da peça...
2- Nossa pô, chocante! Acho que conheço ela de algum lugar!
Zé: - É, isso! É a cruz de Jesus. Jesus aquele que morreu por nós.
1- Esse cara tá viajando! - Não, bicho! Jesus, tô me lembrando. Minha mãe me falava Dele é...
1- Ah, ocê deixa eu pensar! Hum... Tô me lembrando! Há muitos anos, quando eu ia a igreja, falavam Dele.
Zé: - Mas é isso! Oba, eles lembraram!
1- Mas cara, cadê ele?
Zé: - É isso que eu estava louco para dizer. Ele ressuscitou... É... Ele agora vive entre nós.
2- Vive entre nós?
Zé: - Isso, está no nosso meio. Ele bem nos diz: “A paz esteja convosco”. Ele é a paz para o mundo.
1- Ó cara, não é para cortar o seu barato não, mas eu sou daqueles que para crer eu tenho que ver.
2- Ah, eu também tenho que ver Ele aqui, ó, por a minha mão na mão Dele, o meu pé, no pé Dele.
1- É só assim que a gente pode acreditar né, Mané?
2- Se não for assim não dá para acreditar nesse Jesus, falô? E vamos tirando nosso carro que o papo tá encerrado!
Zé: - Viram só? Não acreditaram, os únicos que se lembraram vagamente, não acreditaram, queriam provas. Que provas? A prova Ela já nos deus. Nos amou tanto que foi preso e morto na cruz, e eu, bobo que sou achei que as pessoas viriam à cruz e se lembrariam que Jesus saiu dela para viver em nós.
Mas eu creio, não o vi, mas o sinto em minha vida, em minha igreja, nos meus irmãos. Será que só eu creio?
Todos: - (De vários lugares) – Eu creio, eu também, eu também...
Então precisamos levar Jesus para os que não creem e fazer do nosso testemunho um modo para que as pessoas Nele creiam e assim não haverá mais cruz como único sinal. Havermos nós, um povo que ama e acredita em Jesus ressuscitado!
Oração: “Querido, Jesus, ajuda-nos a aceitar pela fé que estás ressuscitado e vive no meio de nós Viemos aqui e nos reunimos em seu nome porque desejamos estar contigo!Desejamos adorar-te e louvar o teu nome!”
Autoras- Solange do Nascimento e Gisela Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário