sexta-feira, 2 de agosto de 2013

XVIII DO TEMPO COMUM LC 12 13-21


Amor na latinha de leite

É crianças, hoje Jesus nos fala no seu evangelho, que os maiores tesouros que devemos juntar não

são os materiais, mas os espirituais, pois são estes que Deus recolherá.

Esta estorinha vai ajudá-lo a entender bem o que Jesus quer nos falar...

“ Um fato real, dois irmãozinhos maltrapilhos, provenientes da favela – um deles de cinco anos e

outro de dez, iam pedindo um pouco de comida pelas casas da rua que beira o morro. Estavam
famintos: “Vai trabalhar e não amole”, ouvia-se detrás da porta: “aqui não há nada moleque...” dizia

outro... As múltiplas tentativas frustradas entristeciam as crianças... Por fim, uma senhora muito

atenta disse-lhes: “Vou ver se tenho alguma coisa pra vocês... Coitadinhos!”. E voltou com uma

latinha de leite.

Que festa! Ambos se sentaram na calçada. O menorzinho disse para o de dez anos: “Você é mais

velho, tome primeiro... E olhava para ele com seus dentes brancos, a boca semi-aberta, mexendo a

ponta da língua”.

Eu, como um tolo, contemplava a cena... Se vocês vissem o mais velho olhando de lado para o


  

pequenino...!

Leva a lata à boca e, fazendo gesto de beber, aperta fortemente os lábios para que por eles não

penetre uma só gota de leite. Depois estendendo a lata, diz ao irmão:

“Agora é sua vez. Só um pouco”.
E o irmãozinho, dando um grande gole exclama: “Como está gostoso!”

“Agora eu”, diz o mais velho. E levando a latinha, já meio vazia, à boca, não bebe nada.

“Agora você, agora eu, agora você, agora eu...”

E, depois de três, quatro, cinco ou seis goles, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho,

com a camisa de fora, esgota o leite todo... Ele sozinho.

Esse “agora você”, “agora eu”, encheram-me os olhos de lágrimas...

E então, aconteceu algo que me pareceu extraordinário. O mais velho começou a cantar , sambar, a

jogar futebol com a lata de leite. Estava radiante, o estômago vazio, mas o coração transbordante de

alegria.

Pulava com a naturalidade de quem não fez nada de extraordinário, ou melhor, com a naturalidade

de quem está habituado a fazer coisas extraordinárias sem dar-lhes maior importância.

As crianças nos ensinam grandes lições.

Vejam só esse menino, nada quis juntar, nem trapacear... Ele deu tudo o que tinha, todo leite que


possuía para o irmão. Não teve apego nenhum, mesmo diante da fome.

Esse sim é o verdadeiro tesouro que estaremos guardando no grande celeiro de Deus e é o que nos

levará para o céu, o despego, a caridade, a partilha aqui na terra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário